Como vai funcionar sala destinada ao acolhimento às vítimas inaugurada pelo Ministério Público do RS
08/12/2023
(Foto: Reprodução) Familiares de Ronei Faleiro e Henry Borel, dois meninos que foram assassinados, participaram da inauguração do primeiro espaço, nesta quinta-feira (7), em Porto Alegre. Órgão planeja disponibilizar espaço para cidades do interior. Central de Atendimento às Vítimas e Familiares de Vítimas de Crimes é inaugurada no RS
Com a intenção de acolher e proteger pessoas que tenham sido alvos de crimes, a Central de Atendimento às Vítimas e Familiares de Vítimas de Crimes e Atos Infracionais foi inaugurada nesta quarta-feira (7) pelo Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul. A iniciativa, segundo o órgão, é pioneira, e está sob a coordenação do Núcleo de Promoção dos Direitos da Vítima (NUVIT).
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"Esta sala que nós inauguramos hoje, e outras que serão feitas no estado, é para deixar claro para a população gaúcha que as vítimas têm onde se orientar, têm quem as acolha e têm quem as socorra”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz.
O espaço, localizado na sede institucional do MPRS, em Porto Alegre, conta com sala administrativa e um local reservado para acolhimento da vítima de crimes.
Conforme a coordenadora do Centro Operacional Criminal e Apoio às Vítimas do MPRS, Alessandra Bastian Moura, o serviço evitará que a vítima fique desamparada de informações e medidas de proteção, por exemplo. Também fornecerá um espaço onde a vítima possa ser ouvida sem se expor.
"Se, hoje, um de nós for preso, vai ter o direito a uma audiência de custódia, onde vai ter um juiz para ouvi-lo, um defensor para orientá-lo e um promotor para ouvi-lo. A vítima que não escolheu estar naquele cenário, às vezes, sai de uma repartição policial sem nenhuma informação sobre os seus direitos, sobre como vai ser o processo, sobre se aquele acusado ficou preso ou não, se vai ter acesso aos seus dados sigilosos. E tudo isso é um direito dela", diz.
Além de acolher as vítimas que procurem o serviço, a Central também fará busca ativa, informando sobre a possibilidade do atendimento.
Espaço batizado de "Bem-Me-Quer" terá acolhimento reservado e disponibilização de informações à vítimas de crimes
Reprodução/RBS TV
'Pareço bem, mas, por dentro, estou destroçado', diz pai de Henry Borel
Leniel Borel, pai do menino Henry, morto aos 4 anos no Rio de Janeiro em 2021, participou do evento representando familiares de vítimas.
“Pareço bem, muitos podem dizer. Mas por dentro, estou destroçado, estou à base de remédios", disse. “Hoje estou aqui, me sentindo acolhido, como uma vítima brasileira. Hoje, eu vi esse espaço de acolhimento à vítima, que é importante no apoio e carinho, diferente de depender apenas de saber, por ser um advogado. Aqui no MPRS a gente tem espaço de informação disponível e com rapidez para a vítima”, finalizou Leniel Borel.
Ronei e Tatiana Faleiro, pai e mãe de Ronei Faleiro Júnior, jovem espancado até a morte em Charqueadas, também participaram da inauguração.
"Para quem está em desespero, uma informação vinda do próprio Ministério Público é de fundamental importância”, ressaltou o pai. Estiveram presentes ainda representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTS), o presidente, Gabriel Barros, e o conselheiro da entidade, Flávio Silva.
Pai do menino Henry, Leniel Borel participou do evento que marcou a inauguração da sala de acolhimento à vítimas
Divulgação/MP-RS
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