Sem alvará para funcionar como pousada, pensão atingida por incêndio no RS teve contrato renovado com prefeitura em dezembro

  • 26/04/2024
(Foto: Reprodução)
Fogo começou na madrugada desta sexta-feira (26), 10 pessoas morreram, outras 13 ficaram feridas e ainda há desaparecidos. Espaço recebia pessoas em situação de vulnerabilidade, funcionava de forma irregular e não tinha plano de prevenção contra incêndios, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Local onde ocorreu o incêndio que matou 10 pessoas no centro de Porto Alegre (RS) MIGUEL NORONHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO A Pousada Garoa, que foi atingida por um incêndio que matou 10 pessoas e deixou outras 13 feridas em Porto Alegre nesta sexta-feira (26), não tinha alvará para funcionar como pousada, de acordo com o Corpo de Bombeiros, mas como escritório. Ainda assim, teve contrato renovado com a prefeitura em dezembro de 2023 por mais 12 meses, ao custo de R$ R$ 2,7 milhões. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O local, que é privado, recebia pessoas em situação de vulnerabilidade social e, das 30 que estavam no espaço no momento do incêndio, 16 tinham a estadia custeada pelos cofres públicos. Os donos da pousada têm outros endereços em Porto Alegre com o mesmo nome. Dois deles ficam no bairro São João, um no Floresta (que foi atingido pelo incêndio) e um no Centro Histórico. O contrato original foi firmado em novembro de 2020 e previa a contratação de vagas de hospedagem para atender a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). O público-alvo é a população em situação de vulnerabilidade, que sofre risco social como desemprego e dificuldades de acesso a demais políticas públicas. O custo pelo serviço no contrato original era de R$ 197 mil com duração de seis meses para 360 vagas e foi renovado diversas vezes. Na última renovação, em dezembro passado, o valor foi alterado para R$ 2,7 milhões. O contrato previa pagamento de R$ 18,53 diários por hospedagem. Incêndio de grandes proporções atinge prédio no centro de Porto Alegre SAIBA MAIS VÍDEO: incêndio mata 10 pessoas em pousada de Porto Alegre 'Acho que a minha irmã não conseguiu sair', diz sobrevivente Sobrevivente se atirou do 3º andar para escapar, diz testemunha 'Hipótese de incêndio criminoso', diz coordenador da Defesa Civil Lula, Pimenta e Eduardo Leite se solidarizam com familiares de vítimas Incêndio em pousada no RS se alastrou após morador tentar apagar fogo com colchão, diz Polícia Civil Prefeitura e proprietário contestam bombeiros A prefeitura e o dono das pousadas, Andre Luis Kologeski da Silva, afirmam que a pousada estava regularizada. "Em primeiro lugar, eles (donos da pousada) entregaram a documentação plenamente, que é exigida pela Lei de Licitação. Isso inclui o registro de PPCI (Plano de Prevenção Contra Incêndio). Eles registraram em agosto. Ainda está tramitando no interior dos bombeiros, mas toda a documentação exigida foi entregue em agosto. Eles entregaram a documentação, eles estão em plena conformidade com a lei", afirma o secretário de Assistência Social Léo Voigt. Segundo Voigt, a maior parte das vagas disponibilizadas pelo poder público para pessoas em situação de vulnerabilidade ficam em unidades da Pousada Garoa. Ele avalia que a relação com a empresa é positiva e garante que as pessoas eram "bem acomodadas, bem tratadas". "Essa tragédia é uma tragédia definitiva, principalmente para nós, do sistema de proteção, porque nós temos nisso uma estratégia importante e aqui houve um desacerto importante, que nós não sabemos a origem disso", diz o secretário. O dono da pousada, André Luis Kologeski da Silva, afirma que o incêndio foi criminoso. "Dois pontos importantes: foi incêndio criminoso, colocaram fogo. Temos a documentação exigida. Toda regularizada. Estaremos providenciando envio à prefeitura", afirmou. Os bombeiros afirmam que a documentação para regularização do espaço chegou à corporação, mas não foi avaliada e não houve vistoria, ou seja, não havia liberação para funcionamento. Ainda, por conta do alvará para um negócio diferente daquela a qual ele se destinava, a liberação não ocorreria. "Primeiro ponto é: a edificação não possua alvará de prevenção e proteção contra incêndios do Corpo de Bombeiros militar. Há registro de protoclo no ano de 2019 de um PPCI, no entanto, ele nunca foi concluído. Ou seja, não se solicitou a vistoria para obter alvará, que é o documento que certifica que Corpo de Bombeiros Militar licenciou aquela edificação. Então, portanto é edificação que não tinha licenciamento do Corpo de Bombeiros Militar para funcionar", diz o coronel Lúcio Juanes da Silva, comandante do 1º Batalhão de Bombeiros Militar de Porto Alegre. Exigências O serviço de hospedagem previsto em licitação deveria prever distanciamento de 1,5 metros entre as pessoas. Os hóspedes deveriam ter atendimento de necessidades fisiológicas e de higiene pessoal, com privadas e chuveiros com água quente, além de materiais de banho e higiene como toalha, sabonetes, papel higiênico, roupa de cama. Os quartos deveriam ser ventilados. A pousada também deveria realizar serviço de sanitização, desinsetização e desratização em todos os ambientes do estabelecimento. Infográfico mostra local da pousada que foi atingida por incêndio em Porto Alegre g1 VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/04/26/sem-alvara-para-funcionar-como-pousada-pensao-atingida-por-incendio-no-rs-teve-contrato-renovado-com-prefeitura-em-dezembro.ghtml


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